Espiritismo

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O Evangelho Segundo o Espiritismo

O óbolo da viúva
Estando Jesus sentado defronte do gazofilácio, a observar de que modo o povo lançava ali o dinheiro, viu que muitas pessoas ricas o deitavam em abundância. — Nisso, veio também uma pobre que apenas deitou duas pequenas moedas do valor de dez centavos cada uma. — Chamando então seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu muito mais do que todos os que antes puseram suas dádivas no gazofilácio; — por isso que todos os outros deram do que lhes abunda, ao passo que ela deu do que lhe faz falta, deu mesmo tudo o que tinha para seu sustento. (SÃO MARCOS, cap. XII, vv. 41 a 44. — S. LUCAS, cap. XXI, vv. 1 a 4.)
Multa gente deplora não poder fazer todo o bem que desejara, por falta de recursos suficientes, e, se desejam possuir riquezas, é, dizem, para lhes dar boa aplicação. É sem dúvida louvável a intenção e pode até nalguns ser sincera. Dar-se-á, contudo, seja completamente desinteressada em todos? Não haverá quem, desejando fazer bem aos outros, muito estimaria poder começar por fazê-lo a si próprio, por proporcionar a si mesmo alguns gozos mais, por usufruir de um pouco do supérfluo que lhe falta, pronto a dar aos pobres o resto? Esta segunda intenção, que esses tais porventura dissimulam aos seus próprios olhos, mas que se lhes depararia no fundo dos seus corações, se eles os perscrutassem, anula o mérito do intento, visto que, com a verdadeira caridade, o homem pensa nos outros antes de pensar em si. O ponto sublimado da caridade, nesse caso, estaria em procurar ele no seu trabalho, pelo emprego de suas forças, de sua inteligência, de seus talentos, os recursos de que carece para realizar seus generosos propósitos. Haveria nisso o sacrifício que mais agrada ao Senhor. Infelizmente, a maioria vive a sonhar com os meios de mais facilmente se enriquecer de súbito e sem esforço, correndo atrás de quimeras, quais a descoberta de tesouros, de uma favorável ensancha aleatória, do recebimento de inesperadas heranças, etc. Que dizer dos que esperam encontrar nos Espíritos auxiliares que os secundem na consecução de tais objetivos? Certamente não conhecem, nem compreendem a sagrada finalidade do Espiritismo e, ainda menos, a missão dos Espíritos a quem Deus permite se comuniquem com os homens. Daí vem o serem punidos pelas decepções. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, nº 294 e nº 295.)
Aqueles cuja intenção está isenta de qualquer idéia pessoal, devem consolar-se da impossibilidade em que se vêem de fazer todo o bem que desejariam, lembrando-se de que o óbolo do pobre, do que dá privando-se do necessário, pesa mais na balança de Deus do que o ouro do rico que dá sem se privar de coisa alguma. Grande seria realmente a satisfação do primeiro, se pudesse socorrer, em larga escala, a indigência; mas, se essa satisfação lhe é negada, submeta-se e se limite a fazer o que possa. Aliás, será só com o dinheiro que se podem secar lágrimas e dever-se-á ficar inativo, desde que se não tenha dinheiro? Todo aquele que sinceramente deseja ser útil a seus irmãos, mil ocasiões encontrará de realizar o seu desejo. Procure-as e elas se lhe depararão; se não for de um modo, será de outro, porque ninguém há que, no pleno gozo de suas faculdades, não possa prestar um serviço qualquer, prodigalizar um consolo, minorar um sofrimento físico ou moral, fazer um esforço útil. Não dispõem todos, à falta de dinheiro, do seu trabalho, do seu tempo, do seu repouso, para de tudo isso dar uma parte ao próximo? Também aí está a dádiva do pobre, o óbolo da viúva.
 
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, itens 5 e 6.)

terça-feira, 14 de junho de 2011

Perguntas Respondidas: Práticas Espíritas

1) Quais são os rituais no Espiritismo?
Não existem rituais no Espiritismo.
A Doutrina Espírita não adota em suas reuniões ou em suas práticas:
- paramentos ou quaisquer vestes especiais;
- vinho ou qualquer bebida alcoólica;
- incenso, mirra, fumo, ou substâncias outras que produzam fumaça;
- altares, imagens, andores, velas e quaisquer objetos materiais como auxiliares de atração do público;
- hinos ou cantos em línguas mortas ou exóticas;
- danças, procissões ou atos análogos;
- atender a interesses materiais, rasteiros ou mundanos;
- pagamento por toda e qualquer atividade exercida pelo próximo;
- talismãs, amuletos, orações miraculosas, bentinhos, escapulários ou qualquer objeto;
- administração de sacramentos, concessão de indulgências, distribuição de títulos nobiliárquicos;
- confeccionar horóscopo, exercer a cartomancia, quiromancia e outras mancias;
- rituais e encenações extravagantes de modo a impressionar o público;
- fazer promessas e despachos, riscar cruzes e pontos, praticar, enfim, a longa série de atos materiais oriundos das velhas e primitivas concepções religiosas.

2) Existe batismo no Espiritismo?
- O batismo é um ritual de alguns segmentos religiosos, principalmente da igreja católica. A Doutrina Espírita não segue rituais.
Para o espírita o batismo não tem significado algum, como vemos na declaração de Cairbar Schutel, no opúsculo "O Batismo", Casa Editora O Clarim:
"Fica, pois, prevalecendo o batismo do Espírito Santo e com Fogo, que deve ser ministrado aos nossos filhos, na forma de evangelização, quando eles hajam atingido idade suficiente para a perfeita assimilação dos ensinos crísticos em espírito e verdade!"
A palavra batismo significa, no grego, mergulho, mergulhar. Portanto, quando João Batista se refere ao batismo, menciona o mergulho NO Espírito santo. Ninguém pode batizar COM O Espírito Santo, pois ninguém mergulha COM o Espírito Santo, mas NO Espírito Santo, NA centelha divina em nós presente (cf. ALEIXO, Sergio F. REENCARNAÇÃO, cap. 13, Lachâtre). E, de fato, segundo João Evangelista (cf. 4:1), Jesus nunca batizou ninguém. Mas como era uma prática muito antiga mesmo para a época, por tradição era seguida. Jesus respeitou, mas não a levou adiante. Seus discípulos é que o fizeram posteriormente. Quanto a Jesus, ele nunca se referiu ao batismo, e sim ao renascimento da água e do espírito (João, cap. 3), isto é, à reencarnação e à mudança de pensamentos e sentimentos (cf. ALEIXO, Sergio F. REENCARNAÇÃO, cap. 3).
Para conhecimento apresentamos o texto completo de “O BATISMO” - Cairbar Schutel - Ed. O Clarim
"O SIGNIFICADO E A FINALIDADE DO BATISMO - Não podíamos tratar de assunto de tanta relevância, como é o batismo, sem trazer ao vosso conhecimento essas notas históricas, cujo concurso é imprescindível para o desenvolvimento e aclaramento do tema que nos prende a atenção.
Agora, de posse das referidas notas históricas, está vosso espírito preparado para o raciocínio e a elucidação do assunto; podemos, sem receio de não sermos compreendidos, respigar convosco o Evangelho, Divino Trigal que Jesus Cristo o maior de todos os lavradores da Seara Espírita, nos legou!
O Evangelista Mateus abre o capítulo III do seu livro, dizendo:
"Naqueles dias apareceu João Batista pregando no Deserto da Judéia: Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus. Pois é a João que se refere o que foi dito pelo profeta Isaías: Voz que clama no deserto; preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas".
"Ora, o mesmo João usava uma veste de pelo de camelo e uma correia em volta da cintura; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Então ia ter com ele o povo de Jerusalém, de toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; e eram por ele batizados, confessando os seus pecados".
Do versículo 7 em diante, para os quais chamamos ainda mais a vossa atenção, diz esse evangelista:
"Mas, vendo João que muitos fariseus e saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos recomendou que fugísseis da ira vindoura? Dai, pois, frutos dignos de arrependimento; e não queirais dizer dentro de vós mesmos: Temos por aí a Abraão; porque vos declaro que destas pedras Deus pode suscitar filhos de Abraão. O machado já está posto, à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não dá bom fruto, é cortada e lançada ao fogo".
A clareza que ressalta desses trechos deixa bem patente que o objetivo de João Batista não era estabelecer cerimônia alguma para transformá-la em sacramento.
Mas os fariseus e saduceus, que não compreendiam isso, queriam o sinal exterior, a cerimônia, a imersão na água sob a autoridade do Profeta, que lhes negou esse ato, alegando que o seu intuito era regenerar, limpar, purificar almas, e não simplesmente banhar corpos. Daí a recomendação: "Dai frutos de arrependimento, porque o machado já está pronto à raiz das árvores infrutíferas".
O Evangelista Marcos, a seu turno (cap.I, vs. 1 a 6), limita-se a repetir o que diz Mateus.
Lucas, cap. III, vs. 1 a 10, mutatis mutandis, repete o que escreveram os seus colegas de Apostolado, Mateus e Marcos, acrescentando, entretanto, a época do nascimento de João, que se verificou no reinado de Tibério César. Este evangelista, como os demais, frisa bem que João pregava o BATISMO DO ARREPENDIMENTO PARA REMISSÃO DOS PECADOS.
João Evangelista, que inicia o seu Evangelho com a maravilhosa peça literária sobre a ENCARNAÇÃO DO VERBO, tratando de João Batista, cap.I, vs. 24 a 28, descreve o encontro deste profeta com os sacerdotes e levitas, enviados dos fariseus, que lhe inquiriram sobre a virtude e o poder do seu BATISMO COM ÁGUA, cuja razão o Batista não quis expor, limitando-se tão-somente a dizer: "Eu batizo com água; no meio de vós está quem vós não conheceis; é aquele que há de vir depois de mim, ao qual eu não sou digno de desatar a correia das sandálias. EU SOU A VOZ QUE CLAMA NO DESERTO: ENDIREITAI O CAMINHO DO SENHOR".
O que se pode deduzir dessas passagens, analisadas sem espírito preconcebido?
Porventura vemos, nas mesmas, motivo para o estabelecimento do batismo, tal como o ministram as Igrejas, que ainda o revestem de formalidades em que se salientam substâncias salinas e oleosas, vestes especiais etc? Certamente que não. Sendo ele feito no corpo, por que milagre transubstancia-se para purificar o Espírito? O sal, o óleo e a água podem exercer influência sobre o ser inteligente, imortal, o Espírito enfim? Como e por que processo?
Mas continuemos nossa análise, sem nos esquecer de que nenhuma palavra dos trechos estudados autoriza esse BATISMO DE ÁGUA, cuja eficácia o próprio João Batista não justificou aos sacerdotes das diversas seitas então existentes.
Voltemos novamente ao Evangelho de Mateus, versículos subseqüentes aos que estudamos, 11 e 12. Diz o Batista: "Eu, na verdade, vos batizo com água, para o ARREPENDIMENTO; mas aquele que há de vir depois de mim é mais poderoso do que eu, e não sou digno de levar-lhe as sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo; a sua pá ele a tem na sua mão, e limpará bem a sua eira; e recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará palha em fogo inextinguível".
O TRIGO representa aqueles que ouvem a palavra do Senhor e praticam a virtude, que se resume no amor a Deus e ao próximo; a PALHA representa os amigos do culto, das exterioridades, das cerimônias vãs, que terão de desaparecer da maneira como desaparece a palha sob a ação do fogo.
BATISMO DO ESPÍRITO SANTO, que o Batismo de Jesus, importa na comunhão do Espírito Santo, ou seja, do conjunto dos Espíritos bons, puros, com os seguidores de Jesus.
BATISMO DE FOGO é a destruição dos dogmas e cultos exteriores, que se tornaram árvores infrutíferas e à raiz das quais está posto o machado, a fim de serem cortadas e lançadas ao fogo.
O fogo, símbolo empregado por João Batista, representa o grande purificador de tudo o que é submetido ao seu calor. O ouro passa pela prova do fogo e se liberta de suas impurezas. Os outros metais igualmente ficam libertos de elementos estranhos. Assim também o BATISMO DE FOGO representa o calor da lógica, do raciocínio, dos fatos em face das crenças, esse calor que fortalece, vivifica e purifica almas envoltas no frio da descrença e do indiferentismo!
O batismo do Espírito Santo arrebata as almas para os Céus, mas o BATISMO DE FOGO pulveriza, calcina, destrói tudo aquilo que é da Terra.
O batismo do Espírito Santo é promissora esperança para todos aqueles que seguirem a Jesus Cristo, mas ninguém receberá esse batismo sem antes receber o BATISMO DE FOGO, porque, se aquele exalta e santifica, este regenera, corrige e salva! O BATISMO DE FOGO tem por seqüência o batismo do Espírito Santo, e este não se pode verificar antes que se haja verificado aquele!
Notai a contradição extraordinária que existe entre o batismo das religiões dos homens e o da religião de Jesus Cristo! Os homens batizam com ÁGUA; Jesus, com FOGO; os homens na CARNE; Jesus no ESPÍRITO!
Eis aí, pois, a análise sucinta dos trechos evangélicos que, longe de justificarem o BATISMO PAGÃO das Igrejas, o condenam como antítese do Cristianismo."

3) Como é o casamento no Espiritismo?
- Nas obras que compõem a Codificação da Doutrina Espírita, de Allan Kardec, não há nenhuma referência a qualquer cerimônia ou ritual, tais como casamentos, batizados, etc. Em Conduta Espírita (Chico Xavier, pelo Espírito André Luiz) está claro que no Espiritismo não cabem rituais de qualquer tipo. Isso porque, todos nós somos filhos diretos de Deus, e como tal, não precisamos de nenhum intermediário para entrarmos em contato com Ele, tais como sacerdotes ou objetos materiais como talismãs, imagens, etc.
Já o verdadeiro espírita é aquele que pode ser reconhecido "pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más" (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 4). Ou seja, os verdadeiros espíritas não sao espíritos já superiores, até porque estes não reencarnam em nosso planeta normalmente, mas sim, aqueles que se esforçam por se tornar pessoas melhores do que elas mesmas.     Portanto, para o Espírita não há necessidades de rituais tais como o batismo, casamento religioso e outros. O que podemos fazer é, sempre, solicitar a proteção e o amparo dos bons Espíritos para que tenhamos uma vida conjunta em harmonia ( no caso de casamentos ) e que possamos recepcionar e cumprir nossos compromissos com o novo ser que vem a reencarnar sob nossa responsabilidade.     Em todos os momentos de nossa vida nos utilizarmos da prece, tanto para pedir amparo, como para agradecer o que temos recebido.
O casamento existe no Espiritismo enquanto Instituição, mas não como rito. Para ficar mais claro, não existe cerimônia religiosa de Casamento no Espiritismo, mas os Espíritos Superiores confirmam, nas obras básicas da Codificação, a importância do Casamento: Livro dos Espíritos, questão 695 - O casamento, quer dizer, a união permanente de dois seres, é contrário à lei natural?
- É um progresso na marcha da Humanidade. Certo, mas ainda não chegamos ao ponto. Porque o Espiritismo não tem Cerimônia Religiosa de Casamento, ou rito de casamento?
A resposta não poderia ser mais simples. Primeiro porque Deus abençoa e auxilia a todos, e a todos os casamentos, com ou sem cerimônia. Então o primeiro motivo é este: o rito não é necessário na busca do auxílio divino. Deus auxilia mesmo sem o pedir. O rito não é proibido, ou mau, não. Ele é apenas desnecessário.
O segundo motivo é o seguinte: para conquistar a aprovação divina para a sua união, o casal não deve promover atos externos, mas condutas íntimas: assim amar sem condições, ser fiel e monogâmico, paciencioso, e todos os deveres que devemos ter para com o nosso consorte. Por isto o Espiritismo não tem a cerimônia religiosa. Quando for casar, pensando na questão espiritual, o Espírita buscará livros, a opinião dos mais velhos, de psicólogos, e não correrá atrás de vestido, terno, flores, carro, alianças, jura, e todo o aparato exterior que não contribui com o interior...
Além disso há que considerar que muitos rituais religiosos são caros, e a moral cristã nos recomenda buscar no mundo somente o necessário, distribuindo o supérfluo com o nosso semelhante. Quantas velas e incensos são queimados em rituais religiosos ao passo que bilhões de irmãos sofrem necessidades? Quem distribui um pão a quem precisa agrada mais aos olhos de Deus do que quem cumpre um rito religioso, quanto mais se for dispendioso.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Código Internacional de Doenças (OMS) inclui influência dos Espíritos - Medicina reconhece obsessão espiritual‏

Por Dr. Sérgio Felipe de Oliveira*

A obsessão espiritual como doença_da_alma, já é reconhecida pela Medicina. Em artigos anteriores, escrevi que a obsessão espiritual, na qualidade de doença da alma, ainda não era catalogada nos compêndios da Medicina, por esta se estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do Ser e, com isso, não levava em consideração a existência da alma, do espírito. 
No entanto, quero retificar, atualizar os leitores de meus artigos com essa informação, pois desde 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Antes, a OMS definia saúde como o estado de completo bem-estar biológico, psicológico e social do indivíduo e desconsiderava o bem estar espiritual, isto é, o sofrimento da alma; tinha, portanto, uma visão reducionista, organicista da natureza humana, não a vendo em sua totalidade: mente, corpo e espírito.

Mas, após a data mencionada acima, ela passou a definir saúde como o estado de completo bem-estar do ser humano integral: iológico, psicológico e espiritual.

Desta forma, a obsessão espiritual oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como possessão e estado_de_transe, que é um item do CID - Código Internacional de Doenças - que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora.

O CID 10, item F.44.3 - define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença.

Os casos, por exemplo, em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença.

Neste aspecto, a alucinação é um sintoma que pode surgir tanto nos transtornos mentais psiquiátricos - nesse caso, seria uma doença, um transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura bem como na interferência de um ser desencarnado, a Obsessão espiritual.

Portanto, a Psiquiatria já faz a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios.

O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria - DSM IV - alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.
Na Faculdade de Medicina DA USP, o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico, que coordena a cadeira (HOJE OBRIGATÓRIA) de Medicina e Espiritualidade.

Na Psicologia, Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas.

Na prática, embora o Código Internacional de Doenças (CID) seja conhecido no mundo todo, lamentavelmente o que se percebe ainda é muitos médicos rotularem todas as pessoas que dizem ouvir vozes ou ver espíritos como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas.

Em minha prática clínica (também praticada por Ian Stevenson), a grande maioria dos pacientes, rotulados pelos psiquiatras de "psicóticos" por ouvirem vozes (clariaudiência) ou verem espíritos (clarividência), na verdade, são médiuns com desequilíbrio mediúnico e não com um desequilíbrio mental, psiquiátrico. (Muitos desses pacientes poderiam se curar a partir do momento que tivermos uma Medicina que leva em consideração o Ser Integral).

Portanto, a obsessão espiritual como uma enfermidade da alma, merece ser estudada de forma séria e aprofundada para que possamos melhorar a qualidade de vida do enfermo.

*Dr. Sérgio Felipe é médico psiquiatra que coordena a cadeira de Medicina e Espiritualidade na USP.

Lágrimas

Muitas vezes, na vida, vivenciamos situações em que a emoção é tamanha que nos faltam palavras para expressar nossos sentimentos.
Podemos considerar as lágrimas como as palavras de nossa alma.
Através delas, somos capazes de demonstrar incontáveis sentimentos.
As lágrimas, na maioria das situações, escorrem de nossos olhos sem que tenhamos controle sobre elas.
Em alguns momentos, elas contam histórias de dores, mas também têm na sua essência, algo de belo.
Quando elevamos o pensamento, sintonizando com a Espiritualidade maior, seja com nosso anjo protetor, com o amado amigo Jesus ou com Deus, sentimos os olhos marejados.
Observando a natureza, temos a oportunidade de presenciar alguns espetáculos que ela nos oferece. Emocionamo-nos percebendo a grandeza e a perfeição Divina na presença de um pôr-do-sol, de uma queda d'água ou de um arco-íris.
Diante do nascimento de uma criança, somente as lágrimas são capazes de traduzir e qualificar a magnitude desse instante Divino.
Quando estamos sensíveis, por vezes carentes de alguma manifestação de afeto, um simples aperto de mão ou um afago carregado de amor é suficiente para provocar nossas lágrimas.
Quando deixamos que o som de uma música elevada alcance nosso coração, somos capazes de chorar de emoção, pois sentimos a alma tocada e acariciada por aquela doce e vibrante melodia.
Tanto a dor emocional quanto a dor física nos chegam sem pedir licença, ocupando espaço considerável em nossa alma e em nosso corpo.
Lágrimas são derramadas pela dor da partida de um ente querido, pela dor da ausência e da saudade, pela dor do erro cometido e do arrependimento.
Ao constatarmos a dor do próximo, lágrimas jorram de nossos olhos. Deparamo-nos com tantas carências, tantas necessidades não atendidas, enfermidades, privações e abandono.
Cada lágrima derramada tem seu significado. Seja ela vertida pela dor ou pela alegria, nos diz que somos seres movidos pela emoção, capazes de exteriorizar os nossos sentimentos.
Demonstra que nos sensibilizamos em momentos simples e efêmeros, indicando que estamos sintonizados com o que há de belo na vida.
E, quando as lágrimas derramadas forem de dor, façamos com que o motivo que nos comove seja também o mesmo motivo que nos move.
Que o movimento seja no sentido da modificação íntima. Que seja impulso para olhar a vida sobre um novo ângulo, para trabalhar em nós mesmos a resignação, a paciência, a esperança, a fé e a confiança em Deus.
Redação do Momento Espírita.
Em 09.06.2011.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A ALMA DO MUNDO...CHICO XAVIER.

Se você observar a natureza, verá que ela depende o mínimo de esforço em seu funcionamento.
A grama não se esforça para crescer, apenas cresce.
O peixe não se esforça para nadar, apenas nada.
As flores não se esforçam para abrir, apenas desabrocham.
Os pássaros não tentam voar, apenas voam... Essa é a natureza intrínseca.
A Terra não se esforça para girar sobre seu eixo; é próprio de sua natureza girar sobre o seu eixo.
É própri o de sua natureza girar a uma velocidade estonteante e rolar pelo espaço.
É da natureza dos bebês o estado de graça.
É da natureza do Sol brilhar.
É da natureza das Estrelas piscar e reluzir.
E é da natureza Humana materializar seus sonhos...
E quando seus atos são movidos pelo amor, não há perda de tempo, de energia e de esforço.
Ao contrário, tudo se multiplica e acumula.
Temos nossa grandeza!
Libere-se para vislumbrar a v erdadeira grandeza do Universo:
Sorria! Ame!
Sinta-se feliz!
Aceite-se!
Permita-se!
 Dê sempre o melhor.
E o melhor virá...
Às vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensat as...
Perdoe-as assim mesmo.
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta e interesseiro...
Seja gentil assim mesmo.
Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos
verdadeiros...
Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo...
Seja honesto e franco assim mesmo.
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora
para outra...
Construa assim mesmo.
Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir in veja...
Seja feliz assim mesmo.
O bem que você faz hoje pode ser esquecido amanhã...
Faça o bem assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante...
Dê o melhor de você assim mesmo.
E veja você que, no final das contas...
É entre VOCÊ e DEUS...
Nunca foi entre você e eles!
 

terça-feira, 7 de junho de 2011

O Evangelho Segundo o Espiritismo




O suicídio e a loucura
A calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio. Com efeito, é certo que a maioria dos casos de loucura se deve à comoção produzida pelas vicissitudes que o homem não tem a coragem de suportar. Ora, se encarando as coisas deste mundo da maneira por que o Espiritismo faz que ele as considere, o homem recebe com indiferença, mesmo com alegria, os reveses e as decepções que o houveram desesperado noutras circunstâncias, evidente se torna que essa força, que o coloca acima dos acontecimentos, lhe preserva de abalos a razão, os quais, se não fora isso, a conturbariam.
O mesmo ocorre com o suicídio. Postos de lado os que se dão em estado de embriaguez e de loucura, aos quais se pode chamar de inconscientes, é incontestável que tem ele sempre por causa um descontentamento, quaisquer que sejam os motivos particulares que se lhe apontem. Ora, aquele que está certo de que só é desventurado por um dia e que melhores serão os dias que hão de vir, enche-se facilmente de paciência. Só se desespera quando nenhum termo divisa para os seus sofrimentos. E que é a vida humana, com relação à eternidade, senão bem menos que um dia? Mas, para o que não crê na eternidade e julga que com a vida tudo se acaba, se os infortúnios e as aflições o acabrunham, unicamente na morte vê uma solução para as suas amarguras. Nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar pelo suicídio as suas misérias.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, itens 14 e 15.)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Preces inteligíveis
Se eu não entender o que significam as palavras, serei um bárbaro para aquele a quem falo e aquele que me fala será para mim um bárbaro. — Se oro numa língua que não entendo, meu coração ora, mas a minha inteligência não colhe fruto. — Se louvais a Deus apenas de coração, como é que um homem do número daqueles que só entendem a sua própria língua responderá amém no fim da vossa ação de graças, uma vez que ele não entende o que dizeis? — Não é que a vossa ação não seja boa, mas os outros não se edificam com ela. (S. PAULO, 1ª aos Coríntios, cap. XIV, vv. 11, 14, 16 e 17.)
A prece só tem valor pelo pensamento que lhe está conjugado. Ora, é impossível conjugar um pensamento qualquer ao que se não compreende, porquanto o que não se compreende não pode tocar o coração. Para a imensa maioria das criaturas, as preces feitas numa língua que elas não entendem não passam de amálgamas de palavras que nada dizem ao espírito. Para que a prece toque, preciso se torna que cada palavra desperte uma idéia e, desde que não seja entendida, nenhuma idéia poderá despertar. Será dita como simples fórmula, cuja virtude dependerá do maior ou menor número de vezes que a repitam. Muitos oram por dever; alguns, mesmos, por obediência aos usos, pelo que se julgam quites, desde que tenham dito uma oração determinado número de vezes e em tal ou tal ordem. Deus vê o que se passa no fundo dos corações; lê o pensamento e percebe a sinceridade. Julgá-lo, pois, mais sensível à forma do que ao fundo é rebaixá-lo.
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, itens 16 e 17.)

Biografia de Chico Xavier




Filho do operário João Cândido Xavier e da doméstica Maria João de Deus. Nasceu a 2 de abril de 1910, na cidade de Pedro Leopoldo.
A desencarnação de dona Maria João de Deus, deu-se a 29 de setembro de 1915, quando o Chico tinha apenas 5 anos.
Dos nove filhos (Maria Cândida, Luzia, Carmosina, José, Maria de Lourdes, Chico, Raimundo, Maria da Conceição e Geralda), seis foram entregues a padrinhos e amigos.
Chico sofreu muito em companhia de sua madrinha, que era obsediada. Conta ele, que apanhava três vezes por dia, com vara de marmelo. O pai de Chico casou-se novamente; desta feita com Cidália Batista, de cujo casamento advieram mais seis filhos (André Luiz, Lucília, Neusa, Cidália, Doralice e João Cândido).*
Por essa ocasião, deu-se o seu retorno à companhia do pai, dos irmãos e de sua segunda mãe dona Cidália, que tratava a todos com muito carinho.
Sua escolaridade vai até o curso primário, como se dizia antigamente. Trabalhou a partir dos oito anos de idade, de 15h às 2h, numa fábrica de tecidos.
Católico até o ano de 1927, o Padre Sebastião Scarzelli era seu orientador religioso.
Com a obsessão de uma de suas irmãs, a família teve que recorrer ao casal de espíritas, Sr. José Hermínio Perácio e dona Carmem Pena Perácio, que após algumas reuniões e o esforço da família do Chico, viu-se curada. A partir daí, foi mantido o Culto do Evangelho no Lar, até que naquele ano de 1927, o Chico, respeitosamente, despediu-se do bondoso padre, que lhe desejou amparo e proteção no novo caminho. (…)
No ano de 1927, funda em Pedro Leopoldo, junto com outras pessoas, o Centro Espírita Luiz Gonzaga.
Em 08/08/44, Chico Xavier, através do advogado Dr. Miguel Timponi, em co-autoria com a FEB – Federação Espírita Brasileira, inicia contestação à ação declaratória movida pela Sra. Dª. Catharina Vergolino de Campos, viúva do famoso escritor desencarnado Humberto de Campos, sob a fundamentação de ser necessário concluir se efetivamente a obra psicografada pelo Chico, como sendo do notável escritor patrício, Humberto, após sua desencarnação. Ao final desse longo pleito, através de críticos literários, os mais consagrados, concluiu-se ser autêntica a obra em questão (ver o assunto completo no livro “A Psicografia ante os Tribunais, de autoria do advogado Dr. Miguel Timponi – Ed. FEB).
Dos quatro empregos que teve, por 32 anos trabalhou na Escola Modelo do Ministério da Agricultura, em Pedro Leopoldo e Uberaba, nesta última cidade, a partir de 1959, quando para lá se transferiu.
Chico sempre se sustentou com seu modesto salário, não onerando a ninguém. Aposentou-se como datilógrafo subordinado ao Ministério da Agricultura. Jamais se locupletou como médium. Ganhava, dos mais simples aos mais valorizados presentes (canetas, fazendas, carros), mas, de tudo se desfazia educadamente. Dos quatrocentos e doze livros psicografados, os quais pela lei dos homens lhe pertenciam os direitos autorais, de todos se desfez doando-os a federativas espíritas e a instituições assistenciais beneficentes, num verdadeiro exemplo vivo de cidadania e amor ao próximo.