Espiritismo

terça-feira, 14 de junho de 2011

Perguntas Respondidas: Práticas Espíritas

1) Quais são os rituais no Espiritismo?
Não existem rituais no Espiritismo.
A Doutrina Espírita não adota em suas reuniões ou em suas práticas:
- paramentos ou quaisquer vestes especiais;
- vinho ou qualquer bebida alcoólica;
- incenso, mirra, fumo, ou substâncias outras que produzam fumaça;
- altares, imagens, andores, velas e quaisquer objetos materiais como auxiliares de atração do público;
- hinos ou cantos em línguas mortas ou exóticas;
- danças, procissões ou atos análogos;
- atender a interesses materiais, rasteiros ou mundanos;
- pagamento por toda e qualquer atividade exercida pelo próximo;
- talismãs, amuletos, orações miraculosas, bentinhos, escapulários ou qualquer objeto;
- administração de sacramentos, concessão de indulgências, distribuição de títulos nobiliárquicos;
- confeccionar horóscopo, exercer a cartomancia, quiromancia e outras mancias;
- rituais e encenações extravagantes de modo a impressionar o público;
- fazer promessas e despachos, riscar cruzes e pontos, praticar, enfim, a longa série de atos materiais oriundos das velhas e primitivas concepções religiosas.

2) Existe batismo no Espiritismo?
- O batismo é um ritual de alguns segmentos religiosos, principalmente da igreja católica. A Doutrina Espírita não segue rituais.
Para o espírita o batismo não tem significado algum, como vemos na declaração de Cairbar Schutel, no opúsculo "O Batismo", Casa Editora O Clarim:
"Fica, pois, prevalecendo o batismo do Espírito Santo e com Fogo, que deve ser ministrado aos nossos filhos, na forma de evangelização, quando eles hajam atingido idade suficiente para a perfeita assimilação dos ensinos crísticos em espírito e verdade!"
A palavra batismo significa, no grego, mergulho, mergulhar. Portanto, quando João Batista se refere ao batismo, menciona o mergulho NO Espírito santo. Ninguém pode batizar COM O Espírito Santo, pois ninguém mergulha COM o Espírito Santo, mas NO Espírito Santo, NA centelha divina em nós presente (cf. ALEIXO, Sergio F. REENCARNAÇÃO, cap. 13, Lachâtre). E, de fato, segundo João Evangelista (cf. 4:1), Jesus nunca batizou ninguém. Mas como era uma prática muito antiga mesmo para a época, por tradição era seguida. Jesus respeitou, mas não a levou adiante. Seus discípulos é que o fizeram posteriormente. Quanto a Jesus, ele nunca se referiu ao batismo, e sim ao renascimento da água e do espírito (João, cap. 3), isto é, à reencarnação e à mudança de pensamentos e sentimentos (cf. ALEIXO, Sergio F. REENCARNAÇÃO, cap. 3).
Para conhecimento apresentamos o texto completo de “O BATISMO” - Cairbar Schutel - Ed. O Clarim
"O SIGNIFICADO E A FINALIDADE DO BATISMO - Não podíamos tratar de assunto de tanta relevância, como é o batismo, sem trazer ao vosso conhecimento essas notas históricas, cujo concurso é imprescindível para o desenvolvimento e aclaramento do tema que nos prende a atenção.
Agora, de posse das referidas notas históricas, está vosso espírito preparado para o raciocínio e a elucidação do assunto; podemos, sem receio de não sermos compreendidos, respigar convosco o Evangelho, Divino Trigal que Jesus Cristo o maior de todos os lavradores da Seara Espírita, nos legou!
O Evangelista Mateus abre o capítulo III do seu livro, dizendo:
"Naqueles dias apareceu João Batista pregando no Deserto da Judéia: Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus. Pois é a João que se refere o que foi dito pelo profeta Isaías: Voz que clama no deserto; preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas".
"Ora, o mesmo João usava uma veste de pelo de camelo e uma correia em volta da cintura; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Então ia ter com ele o povo de Jerusalém, de toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; e eram por ele batizados, confessando os seus pecados".
Do versículo 7 em diante, para os quais chamamos ainda mais a vossa atenção, diz esse evangelista:
"Mas, vendo João que muitos fariseus e saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos recomendou que fugísseis da ira vindoura? Dai, pois, frutos dignos de arrependimento; e não queirais dizer dentro de vós mesmos: Temos por aí a Abraão; porque vos declaro que destas pedras Deus pode suscitar filhos de Abraão. O machado já está posto, à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não dá bom fruto, é cortada e lançada ao fogo".
A clareza que ressalta desses trechos deixa bem patente que o objetivo de João Batista não era estabelecer cerimônia alguma para transformá-la em sacramento.
Mas os fariseus e saduceus, que não compreendiam isso, queriam o sinal exterior, a cerimônia, a imersão na água sob a autoridade do Profeta, que lhes negou esse ato, alegando que o seu intuito era regenerar, limpar, purificar almas, e não simplesmente banhar corpos. Daí a recomendação: "Dai frutos de arrependimento, porque o machado já está pronto à raiz das árvores infrutíferas".
O Evangelista Marcos, a seu turno (cap.I, vs. 1 a 6), limita-se a repetir o que diz Mateus.
Lucas, cap. III, vs. 1 a 10, mutatis mutandis, repete o que escreveram os seus colegas de Apostolado, Mateus e Marcos, acrescentando, entretanto, a época do nascimento de João, que se verificou no reinado de Tibério César. Este evangelista, como os demais, frisa bem que João pregava o BATISMO DO ARREPENDIMENTO PARA REMISSÃO DOS PECADOS.
João Evangelista, que inicia o seu Evangelho com a maravilhosa peça literária sobre a ENCARNAÇÃO DO VERBO, tratando de João Batista, cap.I, vs. 24 a 28, descreve o encontro deste profeta com os sacerdotes e levitas, enviados dos fariseus, que lhe inquiriram sobre a virtude e o poder do seu BATISMO COM ÁGUA, cuja razão o Batista não quis expor, limitando-se tão-somente a dizer: "Eu batizo com água; no meio de vós está quem vós não conheceis; é aquele que há de vir depois de mim, ao qual eu não sou digno de desatar a correia das sandálias. EU SOU A VOZ QUE CLAMA NO DESERTO: ENDIREITAI O CAMINHO DO SENHOR".
O que se pode deduzir dessas passagens, analisadas sem espírito preconcebido?
Porventura vemos, nas mesmas, motivo para o estabelecimento do batismo, tal como o ministram as Igrejas, que ainda o revestem de formalidades em que se salientam substâncias salinas e oleosas, vestes especiais etc? Certamente que não. Sendo ele feito no corpo, por que milagre transubstancia-se para purificar o Espírito? O sal, o óleo e a água podem exercer influência sobre o ser inteligente, imortal, o Espírito enfim? Como e por que processo?
Mas continuemos nossa análise, sem nos esquecer de que nenhuma palavra dos trechos estudados autoriza esse BATISMO DE ÁGUA, cuja eficácia o próprio João Batista não justificou aos sacerdotes das diversas seitas então existentes.
Voltemos novamente ao Evangelho de Mateus, versículos subseqüentes aos que estudamos, 11 e 12. Diz o Batista: "Eu, na verdade, vos batizo com água, para o ARREPENDIMENTO; mas aquele que há de vir depois de mim é mais poderoso do que eu, e não sou digno de levar-lhe as sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo; a sua pá ele a tem na sua mão, e limpará bem a sua eira; e recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará palha em fogo inextinguível".
O TRIGO representa aqueles que ouvem a palavra do Senhor e praticam a virtude, que se resume no amor a Deus e ao próximo; a PALHA representa os amigos do culto, das exterioridades, das cerimônias vãs, que terão de desaparecer da maneira como desaparece a palha sob a ação do fogo.
BATISMO DO ESPÍRITO SANTO, que o Batismo de Jesus, importa na comunhão do Espírito Santo, ou seja, do conjunto dos Espíritos bons, puros, com os seguidores de Jesus.
BATISMO DE FOGO é a destruição dos dogmas e cultos exteriores, que se tornaram árvores infrutíferas e à raiz das quais está posto o machado, a fim de serem cortadas e lançadas ao fogo.
O fogo, símbolo empregado por João Batista, representa o grande purificador de tudo o que é submetido ao seu calor. O ouro passa pela prova do fogo e se liberta de suas impurezas. Os outros metais igualmente ficam libertos de elementos estranhos. Assim também o BATISMO DE FOGO representa o calor da lógica, do raciocínio, dos fatos em face das crenças, esse calor que fortalece, vivifica e purifica almas envoltas no frio da descrença e do indiferentismo!
O batismo do Espírito Santo arrebata as almas para os Céus, mas o BATISMO DE FOGO pulveriza, calcina, destrói tudo aquilo que é da Terra.
O batismo do Espírito Santo é promissora esperança para todos aqueles que seguirem a Jesus Cristo, mas ninguém receberá esse batismo sem antes receber o BATISMO DE FOGO, porque, se aquele exalta e santifica, este regenera, corrige e salva! O BATISMO DE FOGO tem por seqüência o batismo do Espírito Santo, e este não se pode verificar antes que se haja verificado aquele!
Notai a contradição extraordinária que existe entre o batismo das religiões dos homens e o da religião de Jesus Cristo! Os homens batizam com ÁGUA; Jesus, com FOGO; os homens na CARNE; Jesus no ESPÍRITO!
Eis aí, pois, a análise sucinta dos trechos evangélicos que, longe de justificarem o BATISMO PAGÃO das Igrejas, o condenam como antítese do Cristianismo."

3) Como é o casamento no Espiritismo?
- Nas obras que compõem a Codificação da Doutrina Espírita, de Allan Kardec, não há nenhuma referência a qualquer cerimônia ou ritual, tais como casamentos, batizados, etc. Em Conduta Espírita (Chico Xavier, pelo Espírito André Luiz) está claro que no Espiritismo não cabem rituais de qualquer tipo. Isso porque, todos nós somos filhos diretos de Deus, e como tal, não precisamos de nenhum intermediário para entrarmos em contato com Ele, tais como sacerdotes ou objetos materiais como talismãs, imagens, etc.
Já o verdadeiro espírita é aquele que pode ser reconhecido "pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más" (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 4). Ou seja, os verdadeiros espíritas não sao espíritos já superiores, até porque estes não reencarnam em nosso planeta normalmente, mas sim, aqueles que se esforçam por se tornar pessoas melhores do que elas mesmas.     Portanto, para o Espírita não há necessidades de rituais tais como o batismo, casamento religioso e outros. O que podemos fazer é, sempre, solicitar a proteção e o amparo dos bons Espíritos para que tenhamos uma vida conjunta em harmonia ( no caso de casamentos ) e que possamos recepcionar e cumprir nossos compromissos com o novo ser que vem a reencarnar sob nossa responsabilidade.     Em todos os momentos de nossa vida nos utilizarmos da prece, tanto para pedir amparo, como para agradecer o que temos recebido.
O casamento existe no Espiritismo enquanto Instituição, mas não como rito. Para ficar mais claro, não existe cerimônia religiosa de Casamento no Espiritismo, mas os Espíritos Superiores confirmam, nas obras básicas da Codificação, a importância do Casamento: Livro dos Espíritos, questão 695 - O casamento, quer dizer, a união permanente de dois seres, é contrário à lei natural?
- É um progresso na marcha da Humanidade. Certo, mas ainda não chegamos ao ponto. Porque o Espiritismo não tem Cerimônia Religiosa de Casamento, ou rito de casamento?
A resposta não poderia ser mais simples. Primeiro porque Deus abençoa e auxilia a todos, e a todos os casamentos, com ou sem cerimônia. Então o primeiro motivo é este: o rito não é necessário na busca do auxílio divino. Deus auxilia mesmo sem o pedir. O rito não é proibido, ou mau, não. Ele é apenas desnecessário.
O segundo motivo é o seguinte: para conquistar a aprovação divina para a sua união, o casal não deve promover atos externos, mas condutas íntimas: assim amar sem condições, ser fiel e monogâmico, paciencioso, e todos os deveres que devemos ter para com o nosso consorte. Por isto o Espiritismo não tem a cerimônia religiosa. Quando for casar, pensando na questão espiritual, o Espírita buscará livros, a opinião dos mais velhos, de psicólogos, e não correrá atrás de vestido, terno, flores, carro, alianças, jura, e todo o aparato exterior que não contribui com o interior...
Além disso há que considerar que muitos rituais religiosos são caros, e a moral cristã nos recomenda buscar no mundo somente o necessário, distribuindo o supérfluo com o nosso semelhante. Quantas velas e incensos são queimados em rituais religiosos ao passo que bilhões de irmãos sofrem necessidades? Quem distribui um pão a quem precisa agrada mais aos olhos de Deus do que quem cumpre um rito religioso, quanto mais se for dispendioso.

Um comentário:

  1. Aqueles q não conhecem o espiritismo, confundem-no com a umbanda. O espiritismo não prega cerimônia nenhuma, nem o uso de imagens e amuletos. Prega o aprendizado do amor incondicional, a prática do perdão e a reforma íntima. Muita paz!

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